O dia nacional

Ontem fundou a República Popular do Coiso. Decretou a sua independência, assinou um acordo com o vizinho que é turco e com quem partilha a varanda que dá para um mercado onde se vendem tomates que, cinco horas depois de compradas, já são podres. Não se lembra bem do que está no acordo, nem tão pouco onde instalou a capital, nem os papéis e as leis do orçamento nacional, nem sabe se a sua produção permanente de palavrões lhe garante a auto-suficiência intelectual. Não resolveu ainda o problema das relações diplomáticas com o país vizinho que se estende entre Bretanha e Bélgica ; também não mandou carta de parabéns ao Sr. Primeiro-Ministro da República Portuguesa, por este lhe ter deixado no seu sossego de não-Português não-assumido. Não decidiu qual a língua oficial do Coiso, se pitês, se gaulês, se lusitanífero, se nãoseiquês.

Amanhã vê-se, que hoje é o dia em que dão o Columbo na televisão, vai preparar o café e encomendar uma pizza oriental. Gosta disto, sobretudo com picante a mais que até enjoa.